Sou formada há 4 anos e trabalho com Educação Física
há 6. Tenho vivido muitas experiências únicas –cuidar de pessoas em diferentes
idades, de diferentes culturas e etnias– é sempre algo único, mas algumas coisas
me incomodam neste ramo. A maioria de nós, senão todos, reconhece a Educação
Física como uma área da saúde. Trabalhamos para o bem estar físico das pessoas,
queremos que elas melhorem suas capacidades motoras, sejam bem condicionadas. Mas,
será que estamos pautando nossas ações profissionais nas bases teóricas da
grande área “saúde”?
Nos formamos e queremos títulos: humm agora sou “Preparador
Físico”, “Personal Trainer”... Eu gostava mesmo quando era chamada de “monitora
de academia” porque minha competência estava neste nível. Apta apenas para
conduzir e monitorar exercícios pré determinados, em equipamentos “ideais”,
onde todas as pessoas eram capazes de realizar. Avaliação? Ah sim, todos
precisam de uma avaliação! Aí fazia a mesma avaliação pra todos, jogava os
dados no computador e imprimia o gráfico com os percentuais que ninguém sabia
pra que servia. Afinal, vamos “condicionar” as pessoas...
Muitas vezes acreditei que deveria estudar sobre o exercício: aeróbico, de força,
de resistência, de flexibilidade... como fazer, quanto fazer, onde fazer. Claro,
isso me ajudou bastante no início, mas compreendo agora que tudo deve se basear
em uma só estrutura: a célula.
Isso mesmo! Como área da saúde, a Educação Física deve ser fundamentada na
menor estrutura funcional do nosso corpo. É a partir dela que devemos conduzir
nossos alunos aos seus objetivos. Devo entender o que o exercício que preparei
e ensinei irá produzir em determinada célula. Daí a importância de compreender
princípios bioquímicos, fisiológicos e dominar anatomia, para realmente chegar aonde
se quer chegar. E assim, poder dizer, com resultados reais na mão: aqui está o
resultado do meu trabalho como “Preparador Físico” e “Personal Trainer”.
Concluindo esta reflexão, gostaria que todos os
profissionais se voltassem às coisas simples, não vivessem apenas de marketing,
mas oferecessem um trabalho real, que trouxesse benefícios reais. Que aceitasse
ser chamado de professor ou educador e levasse a sério seu trabalho, pois um
profissional incompetente “contamina” o trabalho dos demais profissionais. Portanto,
valorize seu trabalho e o de outros, não julgue sem analisar suas ações e a de
outros. E, mais importante, não se contente com seu conhecimento, busque sempre
se aprofundar e se aperfeiçoar.
Parabéns a todos os profissionais de Educação
Física
pelo nosso dia!
Jaqueline Alves Nieto
CREF: 090794-G/SP