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Onde você guarda seu preconceito?


Tempos atrás foi lançada a campanha Onde Você Guarda Seu Racismo com o intuito de "estimular o diálogo, a troca de ideias, incentivar mudanças de pensamentos, hábitos e atitudes além de estimular o sentimento coletivo de compromisso com a igualdade. O caminho? Revelar o perfil do preconceito e da desigualdade racial no Brasil, demonstrando e discutindo as várias formas de guardar o racismo, provando que todas elas são nocivas, destrutivas e contagiosas."
Minha ideia com este texto não é falar de preconceito racial, até porque existem diversas formas de preconceito: social, sexual, religioso... Incluo aqui até o bullying, palavra bastante usada para descrever atos discriminatórios, agressões verbais ou físicas que geralmente ocorrem nos anos escolares, mas que existem em todos os ambientes sociais, sem distinção de classe e idade. Como meu trabalho é auxiliar as pessoas a encontrarem um equilíbrio entre as qualidades físicas, saúde e a melhor performance que puderem com seu corpo, vou me deter no preconceito de “beleza” e do “certo e errado” que cada um de nós temos “pré-concebido” em nosso dia-a-dia a respeito deste assunto.
O “pré-conceito” que temos de beleza é resultante dos contextos sociais, onde a simetria, a proporcionalidade e a razão imperam. A beleza visual puramente estética, externa, mais diretamente relacionada com o instinto físico-sexual trouxe diversos problemas tanto físicos quanto psicológicos, principalmente para as mulheres, que acabaram sendo as maiores vítimas dessa classificação de beleza. Se o racismo é uma forma de diferenciar e excluir pessoas pela cor da pele ou pela etnia, o estereótipo de beleza é uma forma de excluir a liberdade de ser quem somos.
Quem nunca foi discriminado por ser mais alto ou baixo do que o “normal”? Quem nunca comparou o tamanho das orelhas, do nariz, da boca... Quem nunca apontou um desconhecido como o “gordinho” de tal lugar... Será que alguém está satisfeito ou correto? O que você acha belo pode não ser necessariamente belo aos olhos alheios e o que você considera correto pode não o ser para outras pessoas (comer carne ou não é um exemplo disso).
Sinceramente, todos nós queremos melhorar algo no visual para ficarmos mais belos, mas por que não se satisfazer nunca? Por que a loucura desenfreada pela busca do corpo esbelto e deixarmos de lado nossos valores? Por que cair nas garras do consumismo e esquecer a beleza da alma? Por que nos culparmos por comer um chocolate, mas esquecermos do valor da compaixão? Por que passar a semana toda fazendo dietas, mas deixarmos o egoísmo nos corroer?  Se não estamos contentes conosco, como poderemos julgar aos outros?
Como os autores da campanha sugiro: não guardes seu preconceito, jogue-o fora! 
Campanha


Jaqueline Alves Nieto
CREF: 090794-G/SP

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Quero envelhecer sorrindo...


Por que não queremos envelhecer? Por que a ciência, a estética e a cultura de todas as nações buscam constantemente novas fontes de rejuvenescimento? Qual o problema em envelhecer???
Possivelmente este medo que a maioria de nós apresenta é por nossa visão errada sobre o processo de envelhecimento. Não pensamos como Steve Jobs, o ícone da tecnologia, que o velho precisa dar lugar ao novo, que a beleza da vida é ter começo meio e fim e aproveitar com sabedoria cada uma dessas fases. Por mais plásticas que possamos fazer, mais produtos de beleza, por mais que fizermos externamente... Um dia nossas células não serão mais como eram, nosso DNA se modifica aos poucos no processo de duplicação das células e, quando nos damos conta, passamos a ter outros comportamentos, outra aparência, perdemos algumas funções...
O envelhecimento tem sido descrito como um processo, ou conjunto de processos, inerente a todos os seres vivos e que se expressa pela perda da capacidade de adaptação ao meio e aos estímulos estressantes e pela diminuição da funcionalidade (Spirduso, 1995).
Para Macedo (2006) a senescência resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas do envelhecimento normal, enquanto a senilidade é caracterizada por afecções (ação maléfica sobre um órgão ou tecido) que freqüentemente acometem os indivíduos idosos.
A partir destes conceitos surge um novo paradigma de saúde, o de Capacidade Funcional. Envelhecimento saudável, dentro dessa nova ótica, passa a ser resultante da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica. (Fillenbaum, 1984; Kane & Kane, 1981).
Mas será que estamos nos preparando adequadamente para este momento? Estamos mesmo utilizando as ferramentas disponíveis para permanecermos jovens por mais tempo? Estamos prolongando nossa autonomia e independência? Aproveitando a vida da melhor forma? Aceitando nossas limitações?
Tendemos na juventude a utilizar nosso corpo para satisfazer nossos desejos imediatos. Queremos ganhar dinheiro, amigos, fama... Dormimos tarde, comemos mal, acabamos adquirindo alguns vícios. Pensamos que teremos sempre a mesma energia e facilidade em recuperar a “potência máxima” de nós mesmos. Mas... Quando nos damos conta já estamos com 40 anos! Aí descobrimos que estamos com pressão alta e o nível de glicose também, e que precisamos emagrecer com urgência para não correr risco cardíaco. Ainda não estamos na velhice, mas não somos mais os mesmos. E o que vamos fazer agora para evitar este quadro ou refrear as possíveis conseqüências desastrosas?
Aí é só escolher: vai querer acabar com sua saúde para conseguir grana e depois acabar com a grana para tentar recuperar a saúde? Vai ter momentos de lazer em seus melhores anos de vida ou vai esperar a aposentadoria para tentar usufruir destes momentos? Vai fazer exames preventivos regulares ou vai esperar ser tarde demais, e ter que se medicar até a morte? Vai preservar sua capacidade cognitiva, física e emocional ou vai querer depender de alguém o resto da vida?
Tudo vai depender de suas escolhas diárias. Espero que tenhas consciência das conseqüências de cada uma delas. E desejo do fundo do meu coração: viva! Viva cada segundo da melhor maneira que conseguires, com a saúde que possuíres, com os amigos que cativares, com sede de conhecimento, com amor próprio, com paixão e com gratidão ao Rei da criação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
FILLENBAUM, G. G., 1984. The Well-Being Of The Elderly: Approaches To Multidimensional Assessment. Geneva: World Health Organization.
KANE, R. A. & KANE, R. L., 1981. Assessing The Elderly:A Practical Guide To Measurement. Lexington: Lexington Books.
MACEDO, M. P. Envelhecimento e parâmetros hematológicos. In: FREITAS, E. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 1040-1048.
RAMOS, L. R. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. In: Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(3):793-798, mai-jun, 2003.
SPIRDUSO, W.W. (1995): Physical Dimensions of Aging. Human Kinetics, Champaign, Illinois.



Jaqueline Alves Nieto

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