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Psicoadaptação


Era uma vez um homem que fumava um cigarro a cada meia hora. O ato era tão automático que nem sentia o cheiro que ficava em sua pele, não via o amarelado em sua mão, não ligava para as caretas de desaprovação das pessoas em sua volta, não percebia que o maço ia se esvaziando ao longo do dia.
Era uma vez uma adolescente gordinha. Desde criança aprendeu a se alimentar de forma inadequada, cometendo exageros e gafes nutricionais. Cresceu sendo excluída das brincadeiras e dos meios sociais por causa de sua “incapacidade física”, não tinha auto-estima, não tinha iniciativas, não tinha opinião sobre a própria vida.
Era uma vez uma pessoa de negócios. Vivia resolvendo problemas, estava o tempo todo conectado com as pessoas pelo celular e internet, participava de reuniões e mais reuniões principalmente aos finais de semana, só pensava em trabalho. Stress era seu sobrenome, não tinha tempo para ninguém, muito menos para si mesmo.
O que estas histórias têm em comum? A psicoadaptação. Para o psiquiatra Augusto Cury, a “psicoadaptação é um fenômeno inconsciente que faz diminuir a intensidade da dor ou do prazer ao longo da exposição de um mesmo estímulo. Ao comprar um veículo, depois de alguns meses, a pessoa entra nele como entra no banheiro de sua casa, ou seja, sem o mesmo prazer que tinha quando o adquiriu, pois se psicoadaptou a ele. Quando sofremos uma ofensa, no começo ela nos perturba, mas com o tempo nos psicoadaptamos e pouco sofremos com ela”.
Nós temos esta capacidade de nos acostumarmos com todo tipo de acontecimento, seja ele bom ou ruim. Se pensarmos na perda de uma pessoa querida, podemos ficar tristes, mas depois de um tempo aprendemos a conviver com a ausência. Quando conseguimos conquistar algo, como um diploma universitário, por exemplo, ficamos felizes por um período, mas logo diminuímos a importância da conquista. Deste modo nosso cérebro vai preservando os dados mais importantes, se adaptando, e abrindo espaço para novos acontecimentos. É aí que precisamos agir, e não vivermos no automático!
Podemos criar situações capazes de gerar reações diferentes em nós e nos outros. Este é um caminho para driblarmos o comodismo e encontrarmos novas formas de vermos um mesmo fenômeno. Refletirmos sobre nossas ações é a melhor maneira de mudarmos e de nos adaptarmos aos acontecimentos que nos influenciam sem sermos influenciados por eles.
Acredite! Tudo pode ser diferente.
Jaqueline Alves Nieto
CREF: 090794-G/SP

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Saia da rotina


Escrevi sobre o fenômeno de psicoadaptação que sofremos no dia-a-dia, e este texto do blog Mamãe-Moderna complementa muito bem a ideia, vale a pena parar um pouquinho para ler!

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo. Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea...
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:
Nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.
Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.
Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.
Como acontece?
Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência). Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noção de passagem do tempo.

Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.
Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a...

ROTINA
A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).

Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.
Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.

Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).
Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.
Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.
Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes.
Seja diferente.
Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos..... em outras palavras....... V-I-V-A. !!!

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.
E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí..
Cerque-se de amigos.
Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.
Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.

E S C R E V A em tAmaNhodiFeRenTes 

e em CorES difErEntEs !

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVENTE.....

V I V A!


Por Airton Luiz Mendonça
Publicado no Jornal: O Estado de São Paulo

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Mulheres, fortes e poderosas!


Ser mulher não é fácil! Além de vivermos sempre atarefadas com uma infinidade de coisas ainda temos que aturar a fisiologia a favor dos homens. Veja: nós temos maior variação hormonal, menor consumo de oxigênio, maior acúmulo de gordura, maior dificuldade para ganhar e manter nossa musculatura, menor densidade óssea, menor taxa de metabolismo basal, menor concentração de hemoglobina sanguínea, tamanho menor na maioria dos órgãos e mais uma porção de coisas. Se não nos cuidarmos a soma destes fatores resultará em quilinhos a mais na balança, respiração ofegante ao subir “cinco” degraus de escada, dores no corpo todo no final do dia, cansaço extremo... Haja inteligência emocional e resistência física para permanecermos em nossas funções e realizarmos tudo com mestria e sensibilidade, dignas de uma rainha!
O lado bom da atualidade é que temos chamado a atenção do marketing, em diferentes áreas de consumo, pelo crescente poder de compra e decisão que temos sobre elas. E no mundo fitness não é diferente: academias só para mulheres, aulas e grupos específicos para elas, descontos especiais e novidades vão surgindo a todo instante, buscando satisfazer melhor as necessidades deste público. Então, não há desculpas para ficarmos paradas, certo?
Eu não poderia deixar de recomendar a musculação pelos diversos benefícios que ela traz, mas ela envolve muitas dúvidas quanto ao ser realizadas por mulheres. As principais: ela deixa “musculosa”? Ajuda a emagrecer? É prejudicial? Pode ser feita todos os dias? Bom, vamos lá!
Como o próprio nome já diz e espanta a musculação existe justamente para trabalharmos “os músculos”, e como já escrevi AQUI, é muito importante mantermos nossa musculatura e força para evitarmos problemas na terceira idade. Mas “ficar musculosa” como nos vem à cabeça é bem diferente dos treinos, que recomendo, chamados “terapêuticos” onde trabalhamos força no limite da saúde e não um treino de “fisiculturismo” que é tão intenso e doloroso que as atletas levam anos para conseguir a definição e musculatura apresentada além de dieta, suplemento e até substâncias proibidas...
Uma das maiores vantagens da musculação é o aumento do metabolismo. Músculos consomem mais energia para manter-se do que gordura. Então, aumentando a quantidade de fibras musculares, queimamos mais calorias diariamente, o que significa dizer que musculação ajuda a emagrecer!
A musculação só será prejudicial se prescrita por pessoas não capacitadas. Fora isso, desde a puberdade até a terceira idade todos podem se beneficiar com ela. Veja os benefícios da musculação em outro texto que escrevi AQUI.
Quanto ao ser feita todos os dias aí vai depender de diversos fatores como idade, condicionamento prévio, objetivo, afinidade com a modalidade... A princípio é indicado que os treinos sejam realizados em dias alternados para não sobrecarregar a musculatura, mas isso pode ser revisto com o profissional que vai te acompanhar.
Bom pessoal, espero ter  respondido algumas dúvidas, caso tenham outras, só deixar a pergunta nos comentários que eu respondo, se souber!
Jaqueline Alves Nieto
CREF: 090794-G/SP



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Não consigo. Será?


Sempre me considerei uma pessoa tímida. Isso me influenciava demais, então minha infância e adolescência foram marcadas por situações em que eu simplesmente desistia de tentar. Tentar fazer novos amigos? Não consigo. Tentar novas atividades motoras? Não consigo. Limitava-me a andar de patins, bike e jogar queimada ou vôlei na rua ‘daquele jeito’, que conforme Gallahue* não estaria enquadrada nem na fase inicial da competência motora...
Até as coisas mais simples como escolher uma roupa nova ou perguntar alguma coisa para um desconhecido era “o fim” pra mim. Conforme precisava enfrentar situações mais desafiadoras mais medo eu tinha e parecia que eu era refém de mim mesma. E era bem isso que acontecia, era eu que me permitia deixar de aprender, de conhecer, de viver uma situação nova! Não sei quando que o “Será?” apareceu em minha vida, mas foi exatamente a partir daí que passei a encarar as coisas de frente, enfrentar os meus fantasmas e me permitir aprender em todas as situações. Que alívio!
A começar pela sensação de leveza que esta atitude me trouxe e as oportunidades que foram surgindo a partir dela. Passei a liderar pequenos grupos, a me oferecer para ajudar os professores na faculdade, a “pagar mico” para aprender coisas diferentes, a realizar coisas maiores (até palestra eu dei! rs) e principalmente, me encarar com outro olhar. Deixei de ser refém para ser eu mesma! Mas o desafio ainda persiste. Cada vez que algo parece desafiador demais eu preciso estar pronta para optar pelo “será” ao invés de “não consigo”.
Lanço o desafio a todos: quando o muro do “não consigo” quiser te bloquear use a escada do “será” para passar por cima dele! 
* David Gallahue, referência mundial na área de desenvolvimento motor.

Jaqueline Alves Nieto
CREF: 090794-G/SP

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