Sempre me considerei uma pessoa tímida. Isso me influenciava demais, então
minha infância e adolescência foram marcadas por situações em que eu simplesmente
desistia de tentar. Tentar fazer novos amigos? Não consigo. Tentar novas
atividades motoras? Não consigo. Limitava-me a andar de patins, bike e jogar queimada
ou vôlei na rua ‘daquele jeito’, que conforme Gallahue* não estaria enquadrada
nem na fase inicial da competência motora...
Até as coisas mais simples como escolher uma roupa nova ou perguntar alguma
coisa para um desconhecido era “o fim” pra mim. Conforme precisava enfrentar situações
mais desafiadoras mais medo eu tinha e parecia que eu era refém de mim mesma. E
era bem isso que acontecia, era eu que me permitia deixar de aprender,
de conhecer, de viver uma situação nova! Não sei quando que o “Será?”
apareceu em minha vida, mas foi exatamente a partir daí que passei a encarar as
coisas de frente, enfrentar os meus fantasmas e me permitir aprender em todas
as situações. Que alívio!
A começar pela sensação de leveza que esta atitude me trouxe e as
oportunidades que foram surgindo a partir dela. Passei a liderar pequenos
grupos, a me oferecer para ajudar os professores na faculdade, a “pagar mico”
para aprender coisas diferentes, a realizar coisas maiores (até palestra eu
dei! rs) e principalmente, me encarar com outro olhar. Deixei de ser refém para
ser eu mesma! Mas o desafio ainda persiste. Cada vez que algo parece desafiador
demais eu preciso estar pronta para optar pelo “será” ao invés de “não consigo”.
Lanço o desafio a todos: quando o muro do “não consigo” quiser te
bloquear use a escada do “será” para passar por cima dele!
* David Gallahue, referência mundial na área de desenvolvimento motor.
Jaqueline Alves Nieto
CREF: 090794-G/SP
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