Câncer é uma daquelas palavras que dá medo de
ouvir. Sentimos até um arrepio na espinha só de pensar na possibilidade de
algum familiar ser diagnosticado com a doença e nunca imaginamos que poderíamos
ser acometidos por ela. Deus me livre! Mas, infelizmente, nem todos se salvam
da triste notícia. Famosos, presidentes, jovens, crianças e idosos, todos
estamos vulneráveis a ação maléfica dos radicais livres, à exposição solar, à
falta de nutrientes alimentares, aos hábitos inadequados de saúde e a fatores
hereditários. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) a estimativa de
novos casos no Brasil chega a mais de meio milhão (518 mil) para este ano, 10%
a mais em relação a 2011.
Os tumores podem ter início em diferentes
tipos de células. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito
agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que
podem espalhar-se para outras regiões do corpo. As causas de câncer são
variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando
inter-relacionadas. As causas externas referem-se ao meio ambiente e aos
hábitos ou costumes próprios de uma sociedade. As causas internas são, na
maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, e estão ligadas à capacidade
do organismo de se defender das agressões externas. As primeiras manifestações do tumor podem surgir depois
de muitos anos a uma única exposição (radiações ionizantes, por exemplo) ou após exposição
contínua aos fatores de risco (radiação solar ou tabagismo, por exemplo).
De
todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais,
nos quais encontramos um grande número de fatores de risco. Entende-se por
ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias
químicas e afins) o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) o ambiente
social e cultural (estilo e hábitos de vida). Alguns deles são bem conhecidos:
o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode
causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em
estudo, como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda
completamente desconhecidos.
São raros os
casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários,
familiares e étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na
oncogênese. Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um
forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição
dos membros da família a uma causa comum. Determinados grupos étnicos parecem
estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é rara em
orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro em negros.
No Brasil, o câncer de mama e próstata são os
mais freqüentes, por questões de hábitos de saúde e do envelhecimento da
população. Cabe a nós a responsabilidade de evitar a exposição aos fatores
de risco e realizar exames periódicos, principalmente se tivermos algum caso de
câncer na família. Vale lembrar os fatores modificáveis: tabagismo, alcoolismo, maus
hábitos sexuais, inatividade física, hábitos alimentares inadequados,
medicamentos, fatores ocupacionais, radiação solar e obesidade.
O Brasil assinou a Declaração Mundial Contra o Câncer, com metas até 2020, com medidas mundiais para auxiliar no diagnóstico e melhorar o atendimento aos que sofrem da doença. Para nós, não basta simplesmente ignorar o problema, estamos todos no mesmo barco...
Jaqueline Alves Nieto
CREF: 090794-G/SP
Leia mais:
10 dicas para se proteger do câncer:
Declaração Mundial contra o câncer:
A temível escalada do câncer no Brasil:
0 comentários:
Postar um comentário