Por
que não queremos envelhecer? Por que a ciência, a estética e a cultura de todas
as nações buscam constantemente novas fontes de rejuvenescimento? Qual o
problema em envelhecer???
Possivelmente
este medo que a maioria de nós apresenta é por nossa visão errada sobre o
processo de envelhecimento. Não pensamos como Steve Jobs, o ícone da
tecnologia, que o velho precisa dar lugar ao novo, que a beleza da vida é ter
começo meio e fim e aproveitar com sabedoria cada uma dessas fases. Por mais
plásticas que possamos fazer, mais produtos de beleza, por mais que fizermos externamente...
Um dia nossas células não serão mais como eram, nosso DNA se modifica aos
poucos no processo de duplicação das células e, quando nos damos conta,
passamos a ter outros comportamentos, outra aparência, perdemos algumas funções...
O envelhecimento
tem sido descrito como um processo, ou conjunto de processos, inerente a todos
os seres vivos e que se expressa pela perda da capacidade de adaptação ao meio
e aos estímulos estressantes e pela diminuição da funcionalidade (Spirduso,
1995).
Para Macedo (2006) a senescência resulta do
somatório de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas do envelhecimento
normal, enquanto a senilidade é caracterizada por afecções (ação maléfica
sobre um órgão ou tecido) que freqüentemente acometem os indivíduos idosos.
A partir destes conceitos surge um
novo paradigma de saúde, o de Capacidade Funcional. Envelhecimento saudável,
dentro dessa nova ótica, passa a ser resultante da interação multidimensional
entre saúde física, saúde mental, independência na vida diária, integração
social, suporte familiar e independência econômica. (Fillenbaum, 1984; Kane
& Kane, 1981).
Mas
será que estamos nos preparando adequadamente para este momento? Estamos mesmo
utilizando as ferramentas disponíveis para permanecermos jovens por mais tempo?
Estamos prolongando nossa autonomia e independência? Aproveitando a vida da
melhor forma? Aceitando nossas limitações?
Tendemos
na juventude a utilizar nosso corpo para satisfazer nossos desejos imediatos.
Queremos ganhar dinheiro, amigos, fama... Dormimos tarde, comemos mal, acabamos
adquirindo alguns vícios. Pensamos que teremos sempre a mesma energia e
facilidade em recuperar a “potência máxima” de nós mesmos. Mas... Quando nos
damos conta já estamos com 40 anos! Aí descobrimos que estamos com pressão alta
e o nível de glicose também, e que precisamos emagrecer com urgência para não
correr risco cardíaco. Ainda não estamos na velhice, mas não somos mais os
mesmos. E o que vamos fazer agora para evitar este quadro ou refrear as possíveis
conseqüências desastrosas?
Aí é só escolher: vai querer acabar
com sua saúde para conseguir grana e depois acabar com a grana para tentar
recuperar a saúde? Vai ter momentos de lazer em seus melhores anos de vida ou
vai esperar a aposentadoria para tentar usufruir destes momentos? Vai fazer
exames preventivos regulares ou vai esperar ser tarde demais, e ter que se
medicar até a morte? Vai preservar sua capacidade cognitiva, física e emocional
ou vai querer depender de alguém o resto da vida?
Tudo vai depender de suas escolhas
diárias. Espero que tenhas consciência das conseqüências de cada uma delas. E desejo
do fundo do meu coração: viva! Viva cada segundo da melhor maneira que
conseguires, com a saúde que possuíres, com os amigos que cativares, com sede de
conhecimento, com amor próprio, com paixão e com gratidão ao Rei da criação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FILLENBAUM, G. G., 1984. The Well-Being Of The Elderly: Approaches To
Multidimensional Assessment. Geneva:
World Health Organization.
KANE, R. A. &
KANE, R. L., 1981. Assessing The Elderly:A Practical Guide To Measurement.
Lexington:
Lexington Books.
MACEDO, M. P. Envelhecimento e parâmetros
hematológicos. In:
FREITAS, E. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 1040-1048.
RAMOS, L.
R. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos
residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. In: Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,
19(3):793-798, mai-jun, 2003.
SPIRDUSO, W.W. (1995): Physical Dimensions of Aging. Human Kinetics, Champaign,
Illinois.
Jaqueline Alves Nieto
CREF: 090794-G/SP
2 comentários:
Gostei da sua pagina, do seu trabalho. Bem desenvolto.Parabéns!!!
Fique com Deus sempre, querida!!!
Se puderes acesse RADIOSEMPREALTERNATIVA.COM e prestigie nossa radio web.
Moacir A Haboski.
Obrigada, amigo.
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